terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Da minha janela....

Da minha janela....
Vejo o dia que chega, com cestas de madrugada
Cestas de choros...perdas inconsolaveis...sonhos desfeitos na noite...solidão
Cestas de alegria...sorrisos abraços,afetos
Gritos de mãe que desfazem a alma de quem a ouve, porque a Mãe, essa já lá não está, foi arrancada pela dor, e desventrada pela saudade....partida esquartejada.... pela morte do seu  filho.
Da minha janela...
Vejo o dia que chega com cestas de madrugada
Cestas de sonhos...sonhos desfeitos, pelas promessas ditas em surdina, na calada da noite...não há testemunhas....nem registos, das  promessas quebradas, que não foram cumpridas... por falta de amor.
Cestas de madrugada...vazias de tudo e cheias de nada...
Cestas de solidão...de um corpo curvado pelo tempo, vergastado pela vida...  e que na estrada vai perdendo tudo quanto conquistou... até a prória dignidade.
Cheias de ausência....a filha que aperta a mão do pai...tentando segura-lo á vida...mas a força cedeu e a morte venceu...as lágrimas dão lugar ao desanimo, e ela desfalece exausta no colo da impotencia.
Da minha janela....
Vejo o dia que chega com cestas de madrugada
Cestas de esperança...pelo choro da criança que nasceu, na sua pureza enalterada, abrindo ao mundo, horizontes de amor e fé
Cestas de amizade, com elos de fortaleza, uma corda que une, que não derruba, que aceita e ama, com a mesma medida do amor
Da minha janela....
Vejo o dia que chega com cestas de madrugada
Cestas de liberdade, liberdade de sonhar, de amar, de aprender, de confiar....
Abro a minha janela, e iço a bandeira da concórdia do amor e do perdão, para que os ventos da humanidade aticem a bandeira o mais alto possivel, para que seja visivel aos olhos dos que ainda, acreditam na paz!

R.M.Cruz


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