terça-feira, 26 de maio de 2015

Desassossego

Este desassossego, que me envolve e me devora
Um não sei quê, de inquietude
Que ora mora ora não mora
Nem sei de que sou feita, se frágil são meus sonhos
Vivo uma augustia que não sei de onde vem
De um desamor que habita o mundo
Sou feita de coisa pouca,que envolve a minha alma
Não sou mais do que um sonho,um sopro,um corpo em decadência
Que logo morre,e ao morrer se acalma
Faço propostas à vida
Mas esta ouve e não cala, grita-me como se eu fosse surda
Para que eu não perca tempo
Este desassossego, de querer e não poder
Não me digam para ter calma
Sou feita de ansiedade
Sou alma em desassossego à procura da verdade
Inquieto-me por dentro, com mentiras descaradas
Suicido o meu pranto, dentro do meu próprio ego
Como eu te amo tanto
Neste meu desassossego
Sou como o mar imenso, que de água se encheu
Sou como as lágrimas dos anjos
Que de amor caem do céu
 Ergo os olhos á vida, e nela coloco a minha alma
Para que ela não me  minta
Pois só a verdade me acalma
Verdade que eu vejo de ti, do muito que me mentiste
Hei-de matar  esta dor
De momento só e triste
De muitas almas que amo, a tua tanto me feriu
Leva a mentira para longe,pois não quero o que é teu
É notório o meu comportamento...... pois fingir não é meu lema
Sei que nada volta atrás
E morrer não vale a pena.

R.M.Cruz




segunda-feira, 18 de maio de 2015

Que sabes tu de mim?


Que sabes tu de mim
Quando o meu coração pulsa descompassadamente
Acaso sabes que é por ti que ele grita?
Que sabes tu de mim
Quando passo a noite revirando o meu corpo nos lençois frios na cama vazia
Acaso sabes que ele sente a falta do teu?
Que sabes tu de mim
Quando uma lágrima salta desvairadamente pelos peitoris dos meus olhos
Acaso sabes que a solidão a levou ao suicidio,por não ver os teus?
Que sabes tu de mim
Quando enrosco o corpo no meu próprio abraço
Acaso sabes,que os meus braços elouqueceram e confundem-me contigo?
Que saabes tu de mim
Quando finjo que acredito nas mentiras que me dizes
Acaso sabes que as mastigo,só porque tenho medo que te afastes e não voltes?
Que sabes tu de mim
Quando da minha boca só ouves o silêncio
Acaso sabes,que calo a minha voz,só para não te entupir de palavras severamente romanticas?
Que sabes tu de mim
Quando embalo a minha alma em melodias de amor
Acaso sabes que é para manter acesa a tua lembrança em mim?
Que sabes tu de mim
Quando me encolho na minha pequenez,exaltando o teu ego
Acaso sabes,que por dentro choro inundando as minhas entranhas de tristezas incompreendidas?
Que sabes tu de mim
Quando me olho ao espelho, e tu vens por trás e me beijas os ombros
Acaso sabes que a tua felicidade é a morte da minha?
Não,não sabes nada de mim
Sou para ti tudo o que queres que eu seja
Sou para ti o mundo que idealizaste
Sou para ti a mulher perfeita
Mas tu não me conheces
Sabes porquê?
Porque essa não sou eu
Essa é a personagem que eu inventei para não te perder
Estou cada vez mais perto de ti, e mais longe de mim
Nem sei, se algum dia,me lembrarei de mim.
Entretanto vou deixando pegadas na minha alma,na esperânça que elas não se apaguem com o tempo
E um dia eu possa regressar ao meu EU
R.M.Cruz
(foto R.M.C.)


segunda-feira, 11 de maio de 2015

Na falésia do medo

Na colina do tempo ouço o murmurio do teu coração
Ainda que o teu sorriso se abra em teu rosto
O teu coração tem uma nevoa de tristeza
Nos teus olhos habitam todas as águas do Universo
E todos os céus dos Infinito
Todo o azul se reflecte nos teus olhos
Apetece mergulhar neles, e ficar lá a descansar
Mesmo assim com toda essa serenidade e plenitude 
O teu sorriso contraria o tom azul,
sereno, inquieto
Tu sabes,que o amor não tem sexo
Mas nem todos sabem, e a tristeza invade a tua alma sábia
Porque de amor te vestes
E no amor descansas
O mundo é falso, de falsos moralistas
Deturpam o amor, com o acto sexual
Não te detenhas nem descanses, vive com o amor que brota das tuas entranhas
Não adormeças na falésia do medo....salta! Verás que não há queda, tu possuis asas
Acredita em ti, e no teu voo glorioso
Deixa que o azul do infinito, continue a pintar os teus olhos
Deixa que falem....quem fala não conhece nem de longe o significado do amor
Estende os teus olhos para dentro de ti, e vê o que mais ninguém vê
Trás para fora o sabor da tua alma
Uma alma que grita ao mundo compreensão, não necessita de se esconder
Sobe ao mais alto do teu ego, e grita para o mundo.....eu quero!eu sou! eu amo!
Não esperes respostas, porque o mundo não te compreende
Espera apenas, que a imensidão do azul dos teus olhos
Te eleve ao mais alto nivel da alma humana
Amar não é pecado
Pecado é não deixar o amor florir,crescer, multiplicar-se, invadir o mundo
Pecado é ser mesquinh@ e não deixar a alma evoluir
Não desperdices o teu tempo em explicações inglórias
Pois quem não abre o coração, não sabe abrir a mente
Vive, sem medo de escalar a montanha dos perconceituosos
Verás que valerá a pena a subida
lá em cima está o teu descanso  e o vislumbre de horizontes inigualáveis
Cada passo, uma vitória, cada caminhada uma conquista
E quando te aperceberes, foste feliz, a vida termina, e o mundo continua igual
E voltarás para casa.... o céu, de onde vieste e para onde voltarás
Por isso acorda,vive, sonha, e ama quem tu quiseres
És um anjo na terra, dificilmente encontrarás um amor como o teu
Ele existe,mas esconde-se dos malfeitores
Porque o mundo ainda não entendeu, que o espírito não tem sexo
Só os poetas entendem a linguagem dos anjos.

Dedicado a tod@s as pessoas que não têm receio de aceitar a sua orientação afectuosa e sexual.



R.M.Cruz







sábado, 2 de maio de 2015

A quem me deu a vida

Neste dia, soltam-se as memórias como cavalos bravos em  plena liberdade
E a angustia de não sentir o teu abraço é acutilante
Toda a cidade se vestiu de amor, para receber o dia da Mãe
E não adianta dizer que dia da Mãe é todos os dias
Bem sabemos que o é
Hoje  os filhos têm tempo para dar um beijo à Mãe, um carinho,uma palavra
Hoje todas as desavenças são colocadas no baú do esquecimento
Não nos atormentemos na injustiça do que não temos, do amor que não recebemos
Da vitória de mais um dia, da alegria de partilhar com a Mãe
Ainda que nem todas as Mães sejam dignas deste dia
A maioria está na lista das grandes Mães
E a minha memória não pára de te relembrar, ainda que triste, viva sem ti
A lembrança das tuas palavras a ralhar, no momento decisivo da escolha do meu caminho
Caminho esse, que não era o que tu querias para mim
Mas que eu, jovem rebelde e de ideias muito próprias escolhi
Nunca me disseste (eu bem te disse)
Apenas resgatavas as minhas lágrimas e as transformavas em esperança
As minhas lágrimas não eram salgadas Mãe, tu as adoçavas com os teus beijos
E por mais rebelde que eu fosse,tu sempre me colocavas um freio
Nunca me deixaste cair no abismo
As tuas palavras soavam a elitismo
Mas na candura da noite, tiravas a farda e envolvias-me no teu amor
Era assim uma espécie de duas em uma
Hoje sei que tudo foi necessário
Dizer não, na hora certa, é como (matar a fome)
Hoje sei quem sou, o que sou, e porque o sou
Porque tu fizeste questão de deixares bem definido na minha educação
Não me deixaste ouro, nem prata,nem tesouros....
Deixaste-me outros valores, que de tão valiosos, não tem dinheiro que os possa comprar
É assim Mãe, hoje por incrível que pareça, não te censuro
Foste Mãe e Pai, levaste o teu barco a bom porto
E partiste
Sei que me esperas, e sei que um dia te vou encontrar
E nesse dia,terei certeza que segui o caminho certo
Porque como tu, eu também sou Mãe
E como tu ,visto a farda de elite
Regozijar-me -ei por tudo o que fui
E sentir-me-ei agradecida
A quem me deu a vida

R.M.Cruz