sábado, 25 de julho de 2015

Matem os poetas!

Para quê o canto dos pássaros, se o meu coração está surdo?
Calem-se os poetas, que nada sabem da minha alma atormentada
Nem os sábios encontram solução para a minha dor
Sou alma á deriva, no caos da minha loucura
Ninguém me ensinou a viver sem ti
Maldito amor que consome todo o meu ser
Como se vive sem alguém que entrou em mim, fez do meu corpo a sua morada, deleitou-se nos meus braços,adormeceu nas minhas pernas, sonhou no meu regaço, e jurou viver em mim para sempre.
As noites de inverno eram as mais quentes, e as de verão as mais frescas, as de primavera eram as mais abençoadas, e as de outono as mais sonhadoras.
E as maçãs vermelhas com trincas de madrugada, colhidas no orvalho da juventude
E o nascer do sol que entrava pelas frestas das janelas, fazendo caminhos de luz até aos nossos corpos semi nus, abandonados ao amor, no chão do nosso quarto
Ninguém me ensinou a viver sem ti......
Que faço agora com o tempo? Não consigo....fecho os olhos e faço força para não te ver, e de olhos fechados ainda te vejo mais.
Matem os poetas, eles mentem acerca do amor
Tragam tecidos brancos e envolvam o meu corpo, não serei de mais ninguém
Fecharam-se para sempre as portas do meu coração, lançarei a chave no abismo mais negro da minha alma
Para me esquecer que um dia conheci o amor, e que noutro dia ele foi embora.
Não tinhas o direito de ir sem antes  matares o amor que deixaste em mim,para quê deixa-lo órfão, mais vale logo uma morte  acutilante, do que este mar de angustia onde me afogo lentamente, sem forças para lutar.
Como poderás ser feliz, sabendo da minha dor? Haverão noites que sentirás o meu medo, a minha solidão....Ouvirás o meu grito de desespero, e nessa altura ficarás inquieto sem saberes de onde vem tanta  inquietude.
Bradarei aos céus, para que me ouçam os anjos, e levem o meu corpo envolto em lençóis brancos, só fui tua, e tua serei para sempre.

(inspirado num estado de alma. Não posso guardar,não cabe em mim tanta dor alheia)

R.M.Cruz