sábado, 28 de dezembro de 2013

Amor, não esperes pelo novo ano....

Sejamos sempre crianças
Não amor.....não é o novo ano que muda a nossa vida
O calendário não é nada mais do que uma ilusão
Vivemos sempre a adiar...amanhã vou ser feliz,mas amanhã, pode nunca chegar...
Não amor...não esperes pelo  novo ano, para  me sorrires....para me abraçares
Se tens algo a dizer-me...diz-me agora!
O tempo não pára amor...e não é o amanhã que traz a nossa felicidade....ela sempre esteve aqui !
Não a ignoremos...esperando que ela venha no novo ano...ela pode cansar-se da espera...e adormecer para sempre, dentro de nós.( e morrer na praia)
Beija-me como se o tempo parasse...não,não ligues ao tempo,é uma ilusão...ele existe para nos confundir.
O tempo está sempre no presente!
Responsabiliza-te pela tua felicidade, e eu pela minha,e juntos a felicidade é mais...muito mais!
Não descanses à espera de um novo ano...esperando um motivo para seres feliz....se-o agora!
Descarreguemos as bagagens que nos pesam...sejamos sempre crianças!
Deitemos fora as velharias que só nos incomodam....esqueçamos palavras ditas á toa
As feridas sararam amor, não as esboraquemos...as cicatrizes enfeitarão a nossa história...nada mais!
Ontem já foi....passou....amanhã será um novo dia,mas pode não ser para nós.
É hoje amor,é hoje o momento de ser feliz!
Não te acomodes, não esperes....não há datas...há momentos!
O maior fazedor de felicidade és tu..e eu...e nós!
Escuta o teu coração...ouve o que ele te diz.... age!
As páginas da vida são escritas momento a momento...escreve um livro colorido,tu és o protagonista da tua história,és o escritor,és tu quem lhe dá o conteúdo...nele ,eu sou quem tu quiseres!
Mas lembra-te amor...foi eu quem quiz entrar na tua história,na condição de lhe dares um final feliz
A dado momento, continuamos a escrever juntos o mesmo livro... e eu,continuo a querer uma história colorida!
Não acredites na frase  (ano novo, vida nova) a cada momento a vida é nova...e não a cada ano!
Sai da tua zona de conforto....não me olhes..vê-me!
Não me toques....sente-me!
Não fiques parado...abraça-me!
Não esperes...ama!
Não cries expectativas...age!
Eu farei o mesmo, e verás que será sempre ANO NOVO E VIDA NOVA!

R.M.Cruz



sábado, 21 de dezembro de 2013

“O MUNDO DAS PALAVRAS”




No interior de cada um,há um universo de palavras
Palavras escondidas, amedrontadas, esquecidas, violadas
Palavras sem nexo outras tremendamente conectadas
Palavras acorrentadas, loucas esvairadas, palavras que matam
Há umas que adoçam, outras que mimam
No interior de cada um, há um labirinto de palavras
Que procuram ansiosamente a saída, para a destruição
Para o protesto, para a resignação
Há palavras adormecidas, outras escondidas
Há palavras amortalhadas, emparedadas
Há palavras simplesmente esquecidas
E foram as palavras que me conduziram
Ao interior dos  teus olhos, pé ante pé quase a medo
Entrei a fundo no interior do teu jardim
Encontrei  tesouros escondidos, vi amores perdidos, amores inacabados
Amigos feridos e resgatados
Vi feridas abertas, cicatrizes marcadas, vi dores encobertas, por   falsas risadas
Vi crianças por nascer, um horizonte longínquo
Vi um louco a morrer, vi um velho faminto, vi alguém a dizer, coisas que  eu sinto
Vi chaves e portas, janelas com grades, vi anéis de piratas
Vi anjos e demónios, e sonhos guardados, vi esperanças perdidas
Vi  trincheiras vi soldados….
Quando por fim, terminei a missão, vi que estava perto do teu coração
E ao chegar abriu-se a portada, vi uma rosa azul, de vermelho regada
Saí como entrei, pé ante pé, mas trouxe comigo o amor e a fé
R.M.Cruz




segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Sabia-te ao frio....

Olhei o banco de jardim e reparei em ti
Nos pés trazias uns sapatos rotos
Por onde pude ver nitidamente os teus dedos nus
O olhar vago........fixando o vazio da multidão
Numa das mãos seguravas uma flor murcha
Não sei bem que flor era, pareceu-me um bem-me-quer
Ou seria um mal-me-quer?
Noutra mão uma  bengala, que me pareceu ser um cabo de guarda chuva
Semicurvado no banco de jardim ...com o queixo apoiado na bengala
Apertando com toda a força a flor, como se a flor fosse um filho, que não querias deixar ir
Ali estavas tu....sentado no banco de jardim
O sol já não aquecia...era o entardecer de uma tarde tardia...
Observavas aquelas pessoas que passavam por ti, olhavam-te mas não te viam
Cada um ia apressadamente para suas casas
Para o aconchego do lar e da familia
E tu ali...apenas olhando o vazio da multidão vazia
E eu? eu...passei por ti, igual a todos os outros, com uma diferença apenas,olhei e vi-te!
Mas não fiz nada, maior o erro, ver e não agir... olhar-te e não intervir
Aproximei-me , e dei-te uma moeda,vá comer uma sopinha quente, foram as minhas palavras
Para minimizar os meus remorsos, de ser igual à multidão... iguista!
Tu agradeceste,olhando-me nos olhos,com uma ternura indescritivel 
Vim para casa, os remorsos não me deixaram dormir....a cama não era quente...ainda via o teu olhar no meu.
Sabia-te ao frio
Sabia, e não fazia nada!
E dei comigo a chorar, mas as minhas lágrimas de nada te valiam...tu precisavas do meu abraço
De uma cama quente, de uma familia...
Merda! que mundo cão!
E eu faço parte dele...deste mundo que olha e não vê...e dos que vêm e nada fazem.
Apercebo-me agora, que a flor era um mal-me-quer
Sim, um mal-me-quer
Não sei se serei digna de perdão....por certo,tu mal deste por mim, nem sei se comeste a sopa quente...
Mas eu dei por ti
No dia seguinte voltei ao jardim...queria ver-te, queria saber de ti, o teu nome, se tinhas familia.
Mas....tu já lá não estavas.
Serei eu a ter que me perdoar....serei eu a ter que seguir em frente.
R.M.Cruz