sábado, 20 de março de 2010

Mulher




Mulher é dor
ventre rasgado
parindo amor!

Suporta a dor
dando
sorrisos ao mundo
oferece amor a cada segundo
Dos seus seios o sustento
do seu coração a ternura
da sua alma o alento
das suas mãos a candura
Braços cansados do tempo e da lida
sorrisos abertos
da força da vida
Mulher alegria
que chora aos prantos
de alma vazia
e cheia de encantos
Sem nada temer
sem nada esperar
sabe viver
sorrir e chorar
Mulher de aconchegos
ternura e encanto
fogem os medos
cobertos de pranto
Mãe amiga
esposa, enquanto quiser
amante da vida
apenas mulher!!!

Dedicado à mulher
R.M. CRUZ

domingo, 7 de março de 2010

Tanta vida...A morte tarda.


O corpo já não obedece,a mente está cansada
Ai como o corpo envelhece,como se não passa-se nada
Depositada que estou, numa cama sem ninguém
A minha volta gente quase morta, e eu estou quase também
Palavras ditas e soltas, de quem não pensa o que diz
Retalhos de uma vida,de sofrimento, e feliz
Já nada tenho para ver, muito menos para sentir
Estou morta,quase a viver,ai como o ultimo sopro não quer vir
O tempo,passa sem pressa, tudo passa devagar
Fica apenas a promessa,que a morte há-de chegar
Um quarto com quatro paredes, quatro camas alinhadas
perdidas estamos no tempo,de quatro vidas cruzadas
Lá fora o dia está lindo,da janela vê-se o tempo
Nada disso faz sentido,a minha morte está vindo
Espero que alguém entre,pode entrar seja quem for
Desconhecido ou parente,que traga um pouco de amor
Esta espera que me atormenta,a morte vem devagar
Vem a passos curtos,vem lenta,nunca mais me vem buscar
E eu espero por ela,aqui nesta cama estendida
Já nem sei o que é uma estrela,tudo perdi desta vida
Neste quarto é só lamentos,de vidas á espera da morte
De gemidos e sofrimentos,desabafos de pouca sorte
Da vida poucas memórias,que a mente não me ajuda
Já nem sei contar histórias,minha voz já me sai muda
Este quarto é um depósito,de gente quase moribunda
Aqui não há um propósito,só gente deforme e corcunda
Na noite há o silêncio,a morte levou mais uma
Só se ouve um murmúrio, mais uma para a sua tumba
Ai morte anda depressa,abafa-me com teu abraço
Cumpre já tua promessa,leva-me no teu regaço

POEMA DEDICADO A TODOS OS IDOSOS...MUITAS VEZES ESQUECIDOS NOS LARES...
R.M. CRUZ


terça-feira, 2 de março de 2010

Pomba branca


Com as minhas asas, procuro te alcançar
Talvez o peso das minhas penas
Não me deixem voar mais alto
Ergo o meu coração
E num leve levantar
Ouço o murmúrio do vento
Sussurrando-me ao ouvido
Nunca é tarde para ser feliz
Levanta bem alto as tuas asas
E deixa-te levar
Eu estou aqui para te ajudar
Porque o importante,não é a distancia que voas
Mas sim a meta a que te propões chegar
E nos braços do vento,eu me entrego sem ter medo
E perdida no próprio tempo
Transporto um segredo

Esta és tu...e eu...e nós...

R.M. CRUZ