quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O sonho e a vida...

Tu que caminhas com os pés na terra e a cabeça no sonho
Tu que esqueces as lacunas do dia a dia...
Desces ao infinito do teu ser
Acordas devagarinho a criança que há em ti...pegas-lhe na mão traze-a para fora
Brincas sem reservas...agora o mundo já não importa...
A vida adormeceu, o sonho acontece!
E juntas-te ás tuas crianças e brincas nas asas do sonho
Fundes-te com elas, como se nada mais houvesse...ou existisse...
Ali tu és uma criança que acredita nas fadas, nos príncipes,acreditas que tens poderes... e tens!
Com a tua varinha mágica fazes o sonho acontecer...e os meninos sonham contigo...voas no teu cavalo alado, por cima de florestas encantadas, visitas grutas enfeitiçadas, enfrentas guerreiros mausões, entras em labirintos á procura das borboletas, e elas estão lá, porque tu descobres os jardins onde elas vivem...
Vais ao Polo Norte, tens um trenó mágico, e os meninos vão contigo, e assim nesta brincadeira embalas-te no sonho da magia....e esqueces-te do mundo  lá fora...e o tempo não existe, simplesmente não há tempo...
De repente o sonho acaba...os teus olhos enchem-se de tristeza, porque esse era o mundo encantado que tu querias para sempre, é nesse mundo que as crianças são felizes!
Acordas a Isabel adulta, e adormeces a criança....limpas os olhos da mágoa, ergues os ombros, embainhas as armas da coragem e vais á luta, enfrentas os verdadeiros obstáculos da vida real, daquela em que o sonho não quer fazer parte!
Respiras fundo!
E caminhas....até voltares de novo a acordar a criança que há em ti!

Com muito amor de mim para ti!

Para a minha AMIGA Isabel Dias

R.MCruz


domingo, 25 de novembro de 2012

Ventos de mudança

Não sei o que se passa no mundo.....
Sei que o mundo está confuso...as sombras parecem engolir a luz
E parece-me que o ser humano está a perder as forças...a largar...a deixar ir....
Isso sufoca-me a alma...temos tudo neste paraíso chamado terra, porque razão não nos contentamos com o simples, o maravilhoso...será que eu sou pequena? não tenho ambição? será que sou retrograda?
O ser humano está cada vez mais egoísta, mais fechado, mais para dentro, não se abre, tem medo de se dar, medo de ser julgado, oprimido, descriminado....porquê? porque a sociedade MATA! 
O ser humano perdeu a capacidade de olhar para o lado, de ver a dor do outro, de sentir as dificuldades do outro, descer ao fundo da dor...esqueceu-se da capacidade de amar, do grande bem que tem dentro do coração, O AMOR!
O que faz mover o mundo é o amor, porque é que as pessoas teimam em dizer que é o dinheiro.
Sei....o dinheiro faz falta, mas faz falta porquê? porque o ser humano tem que sentir poder de alguma forma, então vejam onde está o poder, no dinheiro!
Se és pobre, mendigo, ninguém quer saber se, és um grande sábio, ou se o teu coração é um templo de amor...pois se fosses inteligente e sábio ,não vivias na pobreza, e mais... amor, não enche bancos, nem move políticos, nem causa guerra, porque na guerra perdem-se milhares de vidas, mas ganha-se milhões de dinheiros, perdem-se dignidades, mas ganham-se status, não importa que se matem inocentes, mulheres, velhos,crianças...sim crianças que nasceram para serem felizes, ninguém tem o direito de roubar uma vida.
Não sei o que sou, nem quem sou, só sei que as mentalidades estão a regredir, e diz-se que estamos em evolução....qual? evoluis na matéria e perdes nos valores....sobes ao pódio da vitória de conquistas, mas desces á miséria da alma....crias novas formas de evolução exterior, esmagando o crescimento de valores.
Sei que o dinheiro faz falta, em sociedade, se não tens dinheiro és um miserável, porque tudo se compra e tudo se vende....hoje vende-se a alma, os sentimentos, o coração, perdem-se as raízes daquilo que somos, porque viemos, para o que viemos.
Se não tens dinheiro, não és visível, se não tens status, és um zé ninguém...então todos entram numa luta de conquistas, enganam-se uns aos outros, vendem-se, para poder chegar lá, ao pódio da visibilidade, do satatus, do poder material...o homem cega, e é vitima da própria cegueira, destrói a natureza, sem escrúpulos, sem pensar nas consequências....a terra não vai perdoar, vai revoltar-se e engolir quem a quer matar, ventos de mudança virão, será peneirada toda a terra, para recomeçar....
A oportunidade foi-nos dada, nós não a quisemos...simplesmente porque somos otários, frios, consumistas, donos, opressores...........

R.M.Cruz

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Reflectindo...............................

Outono estação de renovação....hoje olhei as árvores numa reflexão interior...
Conforme olhava... ia observando  a tonalidade das cores, dos tamanhos, das formas, dos lugares.....observei então que as árvores mais pequenas, já tinham largado as suas folhas, as maiorzinhas estavam semi nuas, ou semi vestidas, as grandes e frondosas, essas...ainda conservavam as suas folhas quase com as cores de primavera....(fora de tempo)
(Vejamos com os olhos da alma)
Assim somos nós (como árvores) os jovens desprendem-se com facilidade, porque sabem que a seguir vem novas etapas, novas experiências,os jovens abrem-se para a vida para o novo.
Enquanto os  velhos ( falo das mentes) agarram... aprisionam.... não dão abertura ao que é novo, teem medo de perder, andam carregados de (malas) pesados..."se não nos despirmos do que é velho, nunca poderemos dar entrada ao que é novo"Paulo Coelho).
As cores são também como as nossas vidas, umas mais alegres e coloridas, outras mais escuras e cinzentas, tudo tem comparação, as árvores e as mentes....
Abrir-mos as nossas mentes para o novo, é como limpar a nossa casa, deitar fora aquela cadeira com a perna partida, ninguém se senta nela, ocupa espaço....uma chávena sem asa, um copo estalado, uma lâmpada fundida, uns sapatos que ninguém calça, um livro que ninguém lê, uma esferográfica sem tinta,um perfume que não gostas,um bibelô, uma agenda de 2009, um meia sem par, um quadro que detestas,uma saia que nunca usaste,enfim.....porquê? porque teimamos em guardar o que não tem uso?
Assim é a nossa mente, se guardas coisas velhas, não há lugar para coisas novas, façamos uma limpeza, deitemos fora o que nos impede de crescer, larguemos as (folhas) velhas, prepare-mo-nos para a renovação, abra-mo-nos para o novo, desprenda-mo-nos...aceitemos!
Não é a idade fisica que conta, mas sim a idade mental, mantem a tua mente jovem, e a vida terá outra cor!

Uma pequena introspecção.

R.M.Cruz

domingo, 18 de novembro de 2012

Deixa-me...........................

Deixa-me ir.....
Solta-me, para que eu cresça!
Deixa-me encontrar o meu próprio caminho.....
Tropeçar nas pedras que estão lá para mim
Não para ti!
São as minhas pedras...é o meu caminho, sou eu que tenho que segui-lo sozinho!
Deixa-me cair, só assim saberei se tenho forças para me levantar
Não me estendas a mão antecipadamente
Larga-me para que eu me torne forte
Não me sigas, porque eu sinto a tua sombra, e sei que se cair estás mesmo atrás de mim
Nunca sentirei a queda, nunca saberei qual a verdadeira dor
Não me protejas....sou singular, preciso de mim...preciso saber quem sou
O que faço...de que sou capaz...se sou forte ou fraco...
Deixa-me decidir qual o meu rumo...o meu objectivo, deixa-me ser EU! 
Todos temos que seguir o nosso caminho....sei que que me amas...por isso me proteges
E um dia? quando tu não estiveres aqui...que faço? morro dentro do meu medo!
Porque não saberei caminhar sozinho...terei medo de dar um passo...porque todos os passos que dou
São pela tua mão.....
Deixa-me ir...solta-me á vida! deixa que me machuque, deixa que eu chore, que eu sofra que eu grite!
Preciso de dilatar a minha alma!
Preciso de dar espaço ao meu coração!
Preciso de crescer!
Deixa-me pensar que te perdi...para te dar o verdadeiro valor
É assim....o ser humano só dá valor quando perde.
Quero saber quem sou, quem és, quem somos!
Deixa-me ir.........................preciso de te perder, para me encontrar!

R.M.Cruz

domingo, 11 de novembro de 2012

Delirium....

Aqui e ali vais buscando alimento
Tal pássaro livre que conta apenas com a Mãe Natureza.
Assim és tu,um dia após outro, não te desvias do teu caminho.
Segues convicta que esse caminho te levará a um espaço por desbravar
Por vezes arrastas-te....por vezes voas...
Tudo depende das" malas" que carregas....
Umas vezes caminhas de cabeça erguida, forte, como se o teu mundo estivesse logo ali
Por vezes corres, corres.... qual atleta adivinhando o fim da meta.
Outras vezes, voas....leve... por cima de tudo, visão periférica, perspectiva diferente....
E assim é a tua vida...ora pássaro,ora gente.
Buscas no amanhecer as pequenas gotas de orvalho ainda virgens, bebendo-as, elixir da pura  grandeza da Natureza.
Nas tardes soalheiras, enroscas-te na terra fresca, como se tu e a terra fossem um todo, e sentes-te bem...
Nas noites frias procuras o calor das estrelas, o mistério da lua, os sons dos animais nocturnos, místicos, como mística é a tua caminhada na terra.
Buscas os poderes da noite, para enfrentares o dia....sobes ao cume das montanhas tentando tocar o céu...e tocas, de tal forma que o céu parece um manto divino sobre a tua cabeça.
Entras na escuridão da terra...porque queres descobrir os seus mistérios, ainda que a luz da lua não penetre a terra, tu contas com os pirilampos....
Olhas o sol de frente, na iminência da cegueira total, mas que te importa...enfrentas o sol na sua intocável luz...(qual macho de viúva negra, que morre no seu efémero prazer)
Não olhas a moralismos, esses não te deixam seguir em frente, por falta de coragem
Voas no Universo, sentindo-te no colo de Deus....
Poisas na  orla do mar...como uma pantera descansando na arvore mais frondosa da floresta!
Ouves o cantar dos pássaros e fundes-te nos seus encantos, tu és um pássaro!
Avivas as cores das paisagens que o homem teima em descolorir....
Inventas novas cores ao arco íris....porque o homem alterou as originais
Desces a falésia mais íngreme na busca de novas vidas....vidas por inventar...e traze-las ao cimo para que vejam o nascer da aurora...
E por fim adormeces na praia...com a certeza que o sol nasce todas as manhãs
 E sonhas...sonhas que o mundo há-de ser o que tu quiseres!

(Delírium de uma poeta "estar fora de si" de mim")
Desculpem....não gosto da palavra poetisa

R.M.Cruz

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Por um tempo.............

Estou aqui...
Nua....completamente desprovida de tudo...
Baixei as armas, estou cansada...
Deitei-me em mim mesma, para poder descansar
Mas sinto-me dorida...o meu corpo não sustem a minha alma...
Terei necessidade de voar...sair de mim
Não consigo levantar o coração...está demasiado pesado...
Carrego nele, os teus medos e os meus...carrego os deles e os nossos...
Carrego o mundo......
Estou em Standebay....por um tempo
Aguardem pela minha recuperação....nem sei o que tenho
Qual o meu mal...só sei que a minha alma não quer estar mais aqui
Não suporta a negação do meu corpo nem o peso do meu coração
Sinto como se mil toneladas me sufocassem.....como se eu fosse enterrada viva...
Resta-me esperar.....esperar que o meu corpo se erga...
Quando a minha alma voltar
Porque ela vai voltar!
Saiu de mim...foi procurar alento, forças....
O meu corpo,  esse, não pode sair do lugar, é cativo da sua condição humana...
Mas a alma, sim! Essa tem asas de condor, voa... voa.... procurando uma luz, para que o meu corpo se desenterre....e volte de novo à vida!
Ás vezes é necessário uma clausura...um retiro....a solidão, para que alma e corpo se equilibrem...
Estou em Standebay...
Até que a alma volte...................................................................................

R.M.Cruz

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Desculpa Mãe....

Sabes Mãe, tenho o teu retrato ao lado da minha cama
Para falar contigo antes de adormecer...
Contar-te o meu dia...as minhas brincadeiras...os meus medos....
Mas sabes Mãe, pensei que seria bom para mim, ter-te ali ao meu lado
Mas não é!
Pensei que me acalmava...olhando para ti...para os teus olhos, mas tem um efeito contrario
Em vez disso, choro, choro a tua ausencia....estão ali os teus olhos, mas não são reais, não têm brilho, nem luz....
Estão ali os teus braços, mas não me abraçam....tento fingir, fecho os olhos e faço muita força
Para sentir o teu abraço, mas não sinto!
Quem disse, que se quisermos muito uma coisa ela acontece?
Comigo não funciona Mãe....eu quero tanto que me contes uma história antes de adormecer
E o que eu vejo, é apenas o teu retrato, mudo, calado... a olhar para mim, falo para ele mas só ouço o silencio das minhas lágrimas na almofada.
Sabes Mãe, ás vezes preferia que tu não existisses, a minha dor seria menor, ou antes não teria dor,não se sofre por o que não existe.
Tenho que dormir Mãe, amanhã tenho de me levantar cedo para ir para a escola...desculpa Mãe, tenho que virar o teu retrato, preciso de dormir....
Sei que amanhã é um novo dia, e depois outro e outro....vivo assim nesta esperança que me venhas buscar....um dia atrás do outro....
Tenho tudo, é certo! todos pensam que eu sou uma criança feliz...mas ninguém sabe a dor que eu sinto, todas as noites antes de dormir, sabes porquê Mãe, porque sinto a tua falta.
Não quero que saibas que eu choro.....porque sinto-me culpada das minhas lágrimas, não quero que elas te deixem triste...por isso que quando estou contigo, sou a menina mais feliz do mundo, o meu sorriso aquece o teu coração, e eu fico feliz!
Sabes Mãe, mas eu não sou feliz! Porque sinto a tua ausencia....e tenho sempre uma desculpa para a tua ausencia....sabes porquê Mãe? Porque eu quero ter a certeza, que as Mães amam os filhos, e fazem tudo por eles, os maiores sacrifícios....tento enganar-me, justificando as tuas falhas....as tuas ausências......
Mesmo assim Mãe, só quero ver-te feliz! Porque eu amo-te tanto Mãe!
Sabes Mãe só vou lamentar,  quando finalmente tu, tiveres tempo para mim, eu não terei tempo para ti!
Porque o tempo passa Mãe, eu estou a crescer....estou a perder a minha ingenuidade, a minha pureza de criança....e tenho medo que um dia, eu não queira mais justificar-te!
Amo-te Mãe!

Palavras de uma criança........

R.M.Cruz

sábado, 3 de novembro de 2012

Como se eu fosse...............

Ali entre o céu e a terra, temos encontro marcado
Entre o relógio e o tempo
Entre os Anjos e os Demónios
Ali onde eu me desnudo 
Para ti como se eu fosse gente
Toma-me como se eu fosse única
Bebe-me...
Como se eu fosse veneno
Deita-te em mim...
Como se eu fosse mar
Beija-me ...
Como se eu fosse criança
Abraça-me...
Como se eu fosse tua
Sorri-me ...
Como se eu fosse azul
Saboreia-me...
Como se eu fosse uvas
Planta-me...
Como se eu fosse Árvore
Semeia-me ...
Como se eu fosse rio
Ama-me...
Como se eu fosse amor
Procura-me...
Como se eu fosse luz
Encontra-me....
Como se eu fosse Felicidade
Esconde-me ...
Como se eu fosse o mal
Cria-me....
Como se eu fosse Fé
Chora-me ...
Como se eu fosse saudade
Perde-me....
Como se eu fosse um amigo
Esquece-me....
Como se eu fosse ódio
Leva-me....
Como se eu te pertencesse 
Olha-me....
Como se eu fosse Mãe
Guarda-me...
Como se eu fosse rara...
E assim entre o relógio e o tempo
Eu fui tua, como se tu fosses meu!

R.M.Cruz