domingo, 26 de fevereiro de 2017

O teu porto de abrigo...

Já se calam as palavras, meu amor
Nesta inata coragem do meu ser
De um silêncio constrangedor
Por amar-te mais do que possa parecer
Os meus olhos enchem-se de mar
A minha alma enfraquece em sua luz
Pássaro ferido, em meu peito a latejar
Toda a dor que aos teus lábios me conduz
Almejo tanto ser o teu porto de abrigo
Tua ancora,teu batel, o teu cais
Seguro os remos, já cansada, não consigo
Busco a força,mas já não posso mais
Erguem-se os ventos meu amor
As tempestades soltam as suas águas
Há um mundo tão imerso em sua dor
Corações engolidos nas próprias mágoas
Vejo-te ao longe resplandecente
Como uma luz que emerge da escuridão
Mas algo te atraiçoa... e de repente
Te derruba no nosso próprio chão
Deitas a  alma no meu peito
Tombas a cabeça no meu regaço
Os meus braços são agora o teu leito
Onde adormeces em soluços e cansaço
Elevo os meus olhos a Deus
E peço-lhe com toda a fé que sou capaz
Juntam-se os meus olhos aos teus
Em pensamentos de ternura, amor e paz
Cai a noite, chega a madrugada
E nós envolvidos em abraços
E de novo a caminho na estrada
Ninguém ousa,travar os nossos passos
Nesta cumplicidade da vida
Algo em nós mudou um dia
E o que ontem era ferida
Hoje é sonho, vida,alegria

(Dedicado a dois amigos muito queridos)
Quando há amor tudo se torna mais leve...

 Foto e texto :R.M.Cruz