terça-feira, 26 de março de 2013

O teu toque em mim....

Por entre a neblina olho as montanhas ao longe.....
Parecem-me estar tão perto
Se eu estender o braço toco-lhes, nas pontas dos dedos sinto a terra molhada e o cheiro a musgo
Saio da minha janela e voo até lá, sigo o meu espírito, deixando o corpo na minha janela
Respiro o ar que ela me dá, como um balsamo para a minha alma
Algo me chamou para lá, e eu fui....
Já não há neblina, vejo-te com toda a clareza, caminhando para mim, os raios de sol iluminam a tua silhueta jovem, no meio do verde da montanha, julgo ver a aparição de um anjo descido dos céus... 
Sinto o toque das tuas mãos, os meus sentidos estão noutra dimensão
Ouço  a tua voz ainda tão jovem, fazendo promessas de amor eterno, encosto a minha cabeça no teu peito, e ouço o teu coração a dizer-me, vivamos amor, que o tempo foge-nos.
Por momentos parece que ouço o meu corpo que deixei na minha janela, a gritar que eu volte, finjo não ouvir, e continuo encostada no teu peito.
O teu cheiro é inconfundível, o teu toque é leve, a tua voz é suave......trata-se de um Anjo.
Os caminhos não tem pedras,
ouço a água dos riachos a confundir-se com as tuas palavras, parece que são palavras de água...e são amor, são palavras de água corrente, foram  ditas e levadas pelo tempo.
O corpo grita pela minha presença, eu não quero sair daquele lugar....mas eu já saí há muito amor.
Já vou!
Deixa-me estar aqui mais um pouco.
Novamente o teu toque em mim...
Os riachos já não são os mesmos amor, que lhes aconteceu?
O som da tua voz, já não é suave.
E o teu cheiro amor?oh esse perdeu a fragrância pela viagem no tempo, o toque das tuas mãos já não é leve...maldito tempo que te calejou as mãos e o coração.Abriu-te cicatrizes profundas, escrevendo no teu rosto a história da tua vida, para que te lembres amor, para que te lembres.... 
Que aconteceu ás árvores? e  o sol porque não brilha?
Caminhas para mim por entre a neblina...trata-se de um homem, caíram-te as asas amor.....
Vivamos o amor, porque o tempo foge-nos.
E fugiu!
Estou de volta á minha janela, o meu corpo reclama o meu espírito...e o tempo, não me deixa voltar para trás.

 R.M.Cruz
 


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