domingo, 11 de novembro de 2012

Delirium....

Aqui e ali vais buscando alimento
Tal pássaro livre que conta apenas com a Mãe Natureza.
Assim és tu,um dia após outro, não te desvias do teu caminho.
Segues convicta que esse caminho te levará a um espaço por desbravar
Por vezes arrastas-te....por vezes voas...
Tudo depende das" malas" que carregas....
Umas vezes caminhas de cabeça erguida, forte, como se o teu mundo estivesse logo ali
Por vezes corres, corres.... qual atleta adivinhando o fim da meta.
Outras vezes, voas....leve... por cima de tudo, visão periférica, perspectiva diferente....
E assim é a tua vida...ora pássaro,ora gente.
Buscas no amanhecer as pequenas gotas de orvalho ainda virgens, bebendo-as, elixir da pura  grandeza da Natureza.
Nas tardes soalheiras, enroscas-te na terra fresca, como se tu e a terra fossem um todo, e sentes-te bem...
Nas noites frias procuras o calor das estrelas, o mistério da lua, os sons dos animais nocturnos, místicos, como mística é a tua caminhada na terra.
Buscas os poderes da noite, para enfrentares o dia....sobes ao cume das montanhas tentando tocar o céu...e tocas, de tal forma que o céu parece um manto divino sobre a tua cabeça.
Entras na escuridão da terra...porque queres descobrir os seus mistérios, ainda que a luz da lua não penetre a terra, tu contas com os pirilampos....
Olhas o sol de frente, na iminência da cegueira total, mas que te importa...enfrentas o sol na sua intocável luz...(qual macho de viúva negra, que morre no seu efémero prazer)
Não olhas a moralismos, esses não te deixam seguir em frente, por falta de coragem
Voas no Universo, sentindo-te no colo de Deus....
Poisas na  orla do mar...como uma pantera descansando na arvore mais frondosa da floresta!
Ouves o cantar dos pássaros e fundes-te nos seus encantos, tu és um pássaro!
Avivas as cores das paisagens que o homem teima em descolorir....
Inventas novas cores ao arco íris....porque o homem alterou as originais
Desces a falésia mais íngreme na busca de novas vidas....vidas por inventar...e traze-las ao cimo para que vejam o nascer da aurora...
E por fim adormeces na praia...com a certeza que o sol nasce todas as manhãs
 E sonhas...sonhas que o mundo há-de ser o que tu quiseres!

(Delírium de uma poeta "estar fora de si" de mim")
Desculpem....não gosto da palavra poetisa

R.M.Cruz

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