segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Singelo momento.......


Estava eu na sala de espera do hospital,esta, atulhada de gente, quase nem se podia respirar (mesmo caótico) naquela imensidão de gente, lá estava eu, enquanto esperava, observava...  quando os meus olhos não mais se desviaram, a visão era deslumbrante. Ali sentada num dos bancos da sala, estava uma Mãe com um menino no colo,irrequieto...traquina, teria o menino um ano, (mais ou menos,) ele gritava, esperneava..... a Mãe na sua infinita paciência ajeitava-o no colo de forma a libertar-lhe os movimentos, sem pressão nem presença de nervos exteriores, o menino esse não parava, a Mãe aconchegou-o no colo e começou a cantar-lhe uma canção de embalar.....meu menino de oiro, é de oiro fino, não façam caso que é pequenino....o menino com os seus deditos tacteva o rosto da Mãe como se fossem de veludo, os cabelos loiros e compridos da Mãe tocavam-lhe o rosto cobrindo-o como se fosse um véu, protegendo-o de todos os olhares maléficos, pouco a pouco fechou os olhos parecendo adormecer....a Mãe continuou a cantar.As pessoas, essas, esperavam a consulta, insultando a vida o governo e o hospital, e a Mãe continuava, alheada a tudo. De repente o menino traquina volta á traquinice,( sono falso) pulava no colo...agarrado ao pescoço da Mãe, esta, com a serenidade de um Anjo, ajeita o colo a gosto, desabotoa a blusa branca, e desnuda uma mama , dando a beber ao menino o leite que dela jorrava, Mãe e menino eram apenas um, a Mãe não via o mundo, e o menino só via o mundo da Mãe. E eu via dois mundos o da Mãe e do menino, e o da sala  do hospital, de repente apercebi-me que ali, naquele momento existia mais um mundo o Meu.
Agradeci à Natureza e à vida por me presentear com o quadro vivo mais lindo que os olhos podem observar,senti-me uma privilegiada, pois no meio de tanta multidão, só eu tive olhos para aquele quadro tão belo.
Momentos.....

R.M.Cruz

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