segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Hoje vi-te....

Hoje vi-te
Vi-te ao longe, no caminho do meu pensamento
Vinhas com a camisa desabotoada, entreaberta...Por onde se via o teu peito
Esbelto
Queimado pelo calor do sol...
Eu vi-te, pelos caminhos do meu pensamento
Caminhavas de mãos cheias, de rosas vermelhas.
Rosas de amor, e dor...
Consegui ver um pingo de sangue, provocado pelo espinho da rosa
Caiu em cima da calçada, manchada de suor e lágrimas
E as tuas mãos tremulas denunciavam
A tua fraqueza
Carregando a leveza da tua imagem
Em momento algum, por dinheiro nenhum
Encerraste a viagem
Hoje vi-te
Vinhas a passos lentos, mas largos...
Trazias nas mãos a noite cansada, na colina do tempo, e o lamento...
Do homem que foste
Nas horas incertas, de tardes fingidas...bebias o sonho
No copo da vida
Em que a amargura sentida, não dava de si...
 Sem piedade
Rasgou a verdade
A alma do homem
Que foste, outrora...
E que mandaste embora, pelas vielas da vida
Com a alma ferida
Passaste por mim,  eu escondi o desgosto
Bebendo as lágrimas, como o vinho mais puro
Abri os meus braços, recebi o teu corpo
Abafei os meus ais...
Registei o momento
Eterno
No caminho do meu pensamento

R.M.Cruz

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