No silencio da noite... Uivam os lobos nas colinas Famintos... Esperando a hora mais certa para descer á cidade A cidade dorme... Atentos aos movimentos Os lobos famintos, estão em posição de ataque E tu Na noite cerrada Não encontras o caminho de regresso a casa Os lobos enganam-te Ao mais leve descuido teu Devoram-te, desventrando-te as entranhas Para te destruir O teu corpo cheira a vida E tu Choras...porque sentes que a fidelidade Atraiçoou o teu sentir Os remorsos corroem a tua mente Porque és humano,e logo que nasceste Colocaram-te um chip Que diz, serás fiel... Fiel é o cão ao seu dono Eu não sou tua dona, nem tu o meu animal Tens medo dos lobos Que cercam a tua cidade Não te censures amor Quem é fiel não conhece a liberdade Eu quero-te livre Livre na tua issencia O chip tem erro de memória, deveria dizer felicidade, liberdade... És homem que voa nas asas do vento E levas na alma a vontade de voltar Porque tu voltas sempre! Não me ocorre perguntar Porque terras caminhaste? Quantas mulheres beijaste? E que perfume era o seu? Porque eu sei Que o teu amor está em mim Porque eu sei Que o meu colo é o teu refugio As minhas mãos as tuas asas Os meus seios teu repouso E quando os lobos se preparam para te devorar Eu ataco Em tua defesa E a luz dos meus olhos cegam-nos Porque eu amor Sou uma pantera azul, com garras de confiança E não há lobo na terra Que chegue até ti Nem coisa alguma que me faça duvidar Do teu amor por mim Os lobos esses, têm fome do nosso amor Da nossa confiança Do respeito E da certeza Que voes para onde voares As tuas asas trazem-te para mim.
Há quem não queira sonhar...Sem vontade de sorrir Há quem só veja o azar...uma meta a atingir Há quem olhe para ti...e queira ser como tu Mas fica parado no tempo...não se veste e vive nu... Nu de esperança e amor...a partilha, é coisa séria! Se partilhasse-mos todos...fugia de nós a miséria! Há quem te queira imitar...com inveja do teu empenho Perde tempo a copiar...e não lhe sai bem o desenho No comodismo do ser...vem o tempo e tudo leva Tens garra, põe-te a mexer...deixa a marca nesta terra Há quem diga que... "do distraído como o rendeiro" Não te deixes enganar...fica atento ao teu celeiro Põe trancas á tua porta...para que não entre o ladrão E te leve o teu sustento...para sua satisfação Abre os olhos para a vida...o ser humano é matreiro Consegue enganar o próximo...sustenta-se o ano inteiro Não te descuides da vida...olha bem á tua volta Se estiveres distraído...para que serve a revolta? O medo tolhe a audácia...e o movimento do ser Se o fechares a sete chaves...será mais fácil viver Não deixes que o teu inimigo...conheça o teu coração É a fonte de maior perigo...e uma falta de atenção Porque o teu coração...é sensível ás tempestades É o calcanhar de Aquiles...para todas as idades. Se assim fizeres na vida...verás que tens bom proveito E uma grande alegria...brotará dentro do peito Rodeia-te de bons amigos...que te aceitem como és Que te alertem dos perigos...nas boas e más marés E assim pela vida fora...verás que é fácil viver Ser feliz a toda a hora...dá trabalho podes crer!!! Levanta as mãos para o céu...e agradece o que te é dado Não cobices o alheio...cometes um mau pecado A felicidade não está...em nada nem em ninguém Olha para dentro de ti...é lá que está o teu bem Ama-te a ti primeiro...só assim saberás amar alguém Quem não se ama a si próprio...não amará mais ninguém Não deixes que te subestimem..tu és a vida em questão Pode haver um engano...não discordes do perdão!
As minhas mãos vazias... Pelo espaço entre os meus dedos... passa uma aragem Sinto a falta das tuas mãos... Preenchendo esse espaço...onde matematicamente só cabem os teus dedos São dez dedos meu amor...á espera de outros tantos Que escondem os segredos De anseios e de medos De mitos, lágrimas e encantos São dez dedos meu amor...das minhas mãos ansiosas Que ferem a sua dor De espinhos em vez de rosas... De afago e aconchego...passeando pelo teu peito Levando a boca a medo Ao beijo que arde no leito As minhas mãos já não sabem...por que caminho hão-de ir Esperam pelos teus dedos...que lhes ensine a sentir Tremendo sem saber a razão...de tal emoção que nem sei No espaço dos meus dedos...existe o lugar para os teus Que esperam ansiosos Que venhas sem mais demoras Morrer de amores pelos meus Os meus dedos e os teus... entrelaçam-se com paixão Fazem amor sem vergonha Mesmo na palma da mão E a mão não se importa...com tanta felicidade Vai-se fingindo de morta Façam amor á vontade O sangue corre nas veias, e passa sem querer ver Palpita o coração De amor e de paixão De ternura e de prazer Todo o corpo fica feliz.. e descansa docemente Agora as mãos com mais calma Dizem baixinho á alma Vive em paz e sorridente Porque os dedos se encontraram E de amor se juntaram Em dois corpos que se uniram...num momento de calor E que juntinhos dormiram Com carinho se cobriram...numa noite de amor...
Hoje decidi ter a iniciativa de decidir... Sentei-me na beira da janela...e olhei para fora... Foi então que pensei...tenho que arrumar a minha "casa"deitar fora o que não faz falta... Dentro da minha alma...do meu coração...de todo o meu ser... Então decidi!!! Porque temos que guardar tudo o que não serve? Vou deitar fora o que não presta...aquela palavra que me magoava Aquele ressentimento que não me dava liberdade de seguir em frente O olhar reprovador daquela pessoa...que eu captei e guardei Não quero mais aquele velho pensamento de que não vai dar certo Abrir as janelas da minha alma,para que as energias possam fluir Vou acabar de vez com os pensamentos de incertezas...e de pessimismos Esses ocupam muito espaço...tem que dar lugar a novas ideias Também vou deitar fora aquela lembrança que me causa dor Aquela imagem que guardei...daquele adeus, sem retorno... Vou deitar fora todas as lágrimas de angustia, que ainda conservo cá dentro e que me inundam o ser... de água lamacenta e movediça...tirando-me a liberdade de movimentos... Vou arrancar de vez as ervas daninhas que me consomem...e não me deixam crescer Vou acabar de vez com o rancor...só me dá dissabores e amarga o meu viver... Vou soltar aquele grito que há muito aprisiono dentro do meu peito... Vou matar a saudade que tenho de ti...sei que ela voltará...porque a saudade tem vidas infinitas...mas não faz mal...isso fará de mim mil vezes assassina... Vou saciar o meu desejo...nesse teu beijo que teimo em recusar... Vou por fim dizer-te tudo o que ainda não te disse... Vou desatar o laço que me prende aos problemas parados...estagnados...por falta de solução.... Vou soltar as amarras que me prendem e me puxam para trás... Abri a janela da minha casa...do meu templo interior...da minha alma...e deitei tudo fora... Vou recomeçar...renovar...criar...sonhar... Aqui serei feliz... Na minha casa arrumada...e limpa...livre da poeira que se acumulou durante anos... Das velharias que eu teimava em guardar....parecendo um sótão antigo...cheio de teias-de-aranha..."coisas" que de nada serviam... Hoje decidi que tinha de decidir...