quinta-feira, 7 de abril de 2011

Um cão que passa.



Caminhando... o homem vai
Sem saber ao certo o rumo dos seus passos
Com pedras no caminho
Parado ele cai
Mendigando um sorriso e dois abraços
Ninguém tem braços para os abraços
Ninguém tem boca para o sorriso
O homem não tem forças
Para seguir o seu caminho
Caminho sem rumo
Caminho incerto
Caminho de pedras, e chão encoberto
Levanta-se aos poucos, com custo no corpo
Olhando faminto
Sentindo-se morto
Pede um abraço, para sentir o calor
Caindo um pedaço
De fé e de dor
Abraço negado,pelo ser que é igual
Mas recompensado,por um animal
Um cão que passa
Lambendo-lhe a mão
Oferecendo-lhe amor e afeição
E o homem, começa a erguer o seu corpo
Já é homem com vida, de um viver quase morto
Agarrado ao cão e ao seu respirar
O homem começa a caminhar
Caminha sereno, e vai devagar
Caminham sozinhos
Isentos de rosas, mas carregados de espinhos
As rosas morreram, os espinhos estão secos
E vão caminhando por valetas e becos
E o homem pergunta olhando para Deus
O que é feito do homem, que contemplava os céus
E a voz de Deus, fez-se ouvir sem tardar
Que o homem ignora a forma de amar
Deu-lhe o céu e a terra
Deu-lhe a paz e o amor
E o homem quer guerra
E um mundo de dor
O homem afagou a cabeça do cão
E a partir de então é seu irmão
O cão aceitou, seu amor sem igual
E deu ao homem amor incondicional

"O dia a dia... que passa na nossa frente..."

R.M.Cruz

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