quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Não me julgues......


Não te atrevas a julgar-me pelo amor que semeei
Não te atrevas a culpar-me pelo  tempo que te dei
Os olhos são para o corpo como janelas de luz
Tu és para a minha alma, a mão que a conduz
Senta na margem do teu coração, e ouve bem o que te diz
Só vive quem ama, só ama quem é feliz
O amor nunca é demais, quando poucos são os dias
Há palavras tão fatais, que soam cortantes e frias
Dei-te o meu coração aberto, de pureza o enchi
Preferiste apedreja-lo, quando era louco por ti
Eras todo o meu encanto, minha luz meu bem querer
Ai como eu te amo tanto... tanto, que quero morrer
Dá-me a vida que te dei, de doces afagos meus
Dá-me os olhos que deixei presos na luz dos teus
Não te atrevas a julgar-me, não se julga um amor
Que de penas padeceu, para te dar esplendor
Não vás ainda, porque é cedo demais
Fica até ao amanhecer, morro de frio neste cais
Cobre-me com tuas asas, que tantas vezes me cubriu
Aconchega-me o  peito, que de feridas se abriu
Para onde foram os sonhos,quando um dia foste meu
Fugiram da minha mão, feito fumo lá no céu
Sinto falta dos teus braços, abraça-me na noite escura
Já  caminho no cansaço, das ruas da amargura
Não vás embora, esta vida já vai no fim
E o meu coração implora, que não te afastes de mim
Que faço com o teu cheiro, que em todo o meu corpo ficou
Que faço com o teu rosto, que as minhas memórias tomou
Fico aqui gélida e quieta, na sombra entre as mulheres
Deixei a porta aberta, para entrares quando quiseres
Deixei fios de água por onde passo, para tu veres o caminho
Deixei o meu colo livre, para quando te sentires sozinho.

R.M.Cruz
(imagem google)






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