segunda-feira, 9 de novembro de 2015

E tu és o meu Anjo.



A noite cai escura, revelando recantos de luz
O homem sonha com um mundo melhor, mas não luta por ele
As mulheres gritam por igualdade de direitos, mas não se dão ao direito de se respeitarem
E as estrelas só se vêm à noite, assim me vejo quando a cidade dorme
Sou uma alma inquieta,  não estou sozinha,há almas que choram, acorrentadas ao remorso de não se libertarem em vida.
E o mundo diz que avança
Mas o barco não sai do cais
E a noite traz recantos de luz,onde eu te posso ver
És anjo caído no meu céu,és estrela que brilha na noite da minha alma inquieta
E ouço soluços de crianças perdidas da Mãe
E gemidos de amantes que se entregaram antes da morte, e ouço a tristeza de um adeus
E o barco continua no cais
A bruma não deixa ver o que fica para lá
E tu és o meu anjo
Vejo as tuas asas..... cansado da queda, mas não vacilas
A luz que vem dos teus olhos, invade a minha alma inquieta
E o mundo não evolui
Tanto se fala em espiritualidade, mas ninguém a põe em prática
Parece um invento sem sucesso
E a noite trás-me vozes de arrependimento, e o lamento de um perdão que não foi dado
E o desperdício de uma vida mal vivida,não, não se pode voltar atrás
E tu olhas-me no recanto da noite,é de lá que vem a luz
Acalmas-me o espírito inquieto, dás-me a mão e afagas-me os cabelos
Já não sou jovem, sou como a noite, tenho frio,estou gélida 
Há lágrimas que tem que ser choradas,há noites mais inquietas, e almas atormentadas
Há anjos que velam o sono de espíritos que não sabem para onde ir
E o corpo cansado não sabe se dorme ou se sonha
Não sabe se é matéria ou  alucinação
Não fosses tu, meu anjo vestido de penas.... e eu nunca me levantaria de madrugada
Tamanha era a dor da pena de não te ver
E o mundo continua,como se nada fosse, pois já lá vão muitos milhões de anos, e homem continua a gatinhar....enquanto os outros animais andam quando acabam de nascer
O barco continua no cais, e a noite trás recantos de luz

R.M.Cruz







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