segunda-feira, 23 de junho de 2014

A alma o tempo não leva

Lá fora a chuva cai devagarinho...é chuva de verão
Eu fecho os olhos, e vejo-me a dançar por entre as gotas
Como se a chuva fosse o meu céu
E não houvesse chão
Como se só existisse um
Como se eu não tivesse pés....nem casa
Como se eu não fosse matéria...só sentimento
De repente o toque....o abraço...o beijo
E a chuva, passou a ser sol
E o céu passou a ser casa
E o um... passou a ser dois
E o corpo passou a ser matéria
E o sentimento passou a ser sentido
E assim entre a chuva e o sol
A vida acontece!
Eternizando-se na nossa alma
Ficando cravado na pele, como uma tatuagem
E por muito que o tempo corra, e por muito que o tempo voe
E por muitas marcas que o tempo costure nas nossas vidas
Jamais levará momentos nossos
Ainda que o nosso corpo vergue com a força do tempo
E as memórias vagueiem na mente do esquecimento
Ainda que não reconheçamos quem somos e o que fomos
Ainda que o tempo nos vargaste e nos obrigue a vacilar
Ainda que nos assalte a vida, e nos roube os corpos
O tempo pode levar a juventude.... o corpo.... a vida.... tudo!
Mas não tem o poder de levar o sentimento
Porque esse sobrevive para lá da matéria
O sentimento vive na alma
E a alma o tempo não leva
Sei que um dia dançaremos na chuva...eu e tu
A chuva será o nosso céu
E o sol não será mais casa...porque até isso o tempo levará
Mas nós seremos eternos...porque o sentimento é a nossa alma
E a chuva o nosso céu.....e lá dançaremos juntos a dança do amor
Sem tempo nem matéria....
Eu e Tu 

R.M.Cruz






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