Hoje abri a tua carta...A coragem abandonou-meMas hoje, dilatei os meus pulmõesRespirei fundo...E fui á procura delaTinha-se escondido, de forma a não ser encontradaMas o ar que enchera os meus pulmõesFoi tão forte que espantou todos os seus esconderijosFicou a descobertoEncolheu-se para me parecer outra coisaUma coisinha minúscula, que não a coragemOlhei-a nos olhos e disse-lheVolta para onde saíste, cobarde!
Ela não me queria ouvirMas que raio de coragem és tu?Sentiu que não tinha escolhaVoltou para mim....de onde nunca deveria ter saídoFoi nesse momento que os meus dedos abriram o envelopeA coragem encheu-se de força e deu-me um empurrãoOs meus olhos(que até então estavam cerrados parecendo as comportas de uma barragem) abriram-se para lerA tua carta...Como uma lâmina que corta a mais fina carneAssim eu senti os cortes nas paredes do meu coração(Vou-me embora, para nunca mais voltar...)Eram as letras da tua carta...Meu Deus "nunca mais "é muito tempo...É tempo de mais...As comportas dos meus olhos cederam, não aguentaram a fúria dos sentimentosLevaram tudo á sua passagem...Deixando um rasto de amor e ódio Depois veio a quimeraA paz...A vontade de seguir....Estava viva!O meu coração tinha curado as feridas....Existiam as cicatrizes....era apenas uma marca do passadoUm passado que existiu...apenas...Decidi desde esse dia fechar a carta, e com ela as feridas abertas pela lâminaA coragem tinha razãoPara quê abrir algo que nos faz doer...R.M.Cruz

O homem verdadeiro
É aquele que te olha nos olhos e diz: (amo-te por tudo o que és!)
Que pega na tua mão e caminha sem receio do que possam dizer
É aquele que não se importa com a tua beleza exterior
O homem inteligente sabe que a verdadeira beleza, está dentro do teu coração
O homem verdadeiro
É aquele que não se importa de dizer aos amigos: (vou para casa a minha mulher me espera)
É aquele que te defende com unhas e dentes, como se tu fosses a mais frágil criatura.
É aquele que te dá um abraço, sem perguntar porque te caem as lágrimas.
É aquele que entende que tens uns dias no mês em que te irritas por tudo e por nada
O homem verdadeiro
Não tem medo de te amar, mesmo sabendo que a mulher é um ser complicado.
É aquele, que de manhã te dá um beijo, e á noite te dá outro, acompanhado de uma simples flor.
É aquele que te dá a mão, quando juntos vêm um filme,e tu desatas a chorar desalmadamente
É aquele, que te telefona de quando em vez, só para ouvir a tua voz.
O homem verdadeiro
Tem orgulho nas mulheres, ele sabe que veio de dentro de uma.
É aquele que te leva a passear junto ao rio, mesmo sendo uma chatice para ele
É aquele que te ouve quando estás desanimada com as tuas amigas, sem te dizer:(eu bem te avisei)
É aquele, que elogia a tua mãe, pela filha que tu és
Que pega na tua mão e te convida a ver as estrelas e o luar, mesmo sendo para ele uma coisa banal
O homem verdadeiro
Não te critica pela tua aparência, se tem algo a dizer, fá-lo elegantemente, sem que isso te perturbe
É aquele que se levanta a meio da noite para te fazer um chá
Todo o verdadeiro homem é um gentil cavalheiro, que protege a sua companheira, cuida ...mima...abraça...confia...é leal...
O verdadeiro homem sabe que está a honrar a sua própria Mãe
Porque homem que é homem sabe que a mulher é o berço o colo e a verdadeira árvore da vida!!!
Um bem haja a todos os verdadeiros Homens!
Aqui faço a minha homenagem a" vários" homens da minha vida...amigos, irmãos, filhos,tios,avós,pai....mas especialmente ao meu MARIDO!
R.M.CRUZ
Não te peço muito...Apenas que me escutes quando eu preciso de falarMesmo que o que eu diga não faça sentidoNão importa...Escuta-me apenas...Eu poderia falar sozinha, para as quatro paredes do meu quartoMas não seria a mesma coisa...Preciso de saber que alguns ouvidos me ouvem...Não precisas de interiorizar as minhas palavrasOlha apenas para mim...para dentro dos meus olhos...É lá que está a minha dor...Se possível segura na minha mão...Mas não digas nada...Se vires os meus olhos abrirem as comportasNão fujas, as minhas lágrimas não te afundarãoElas contornam a tua presença, e seguem o seu caminho...Se eu soltar os meus fantasmas...Não tenhas medo, eles são meus...e não teus...O propósito deles, não és tu, sou eu...Não te peço muito...Apenas que me escutes...Se eu abrir o baú dos meus segredosAjuda-me a fecha-lo...Eu não terei força suficiente para os voltar a guardar...E eles não devem andar por aí á solta...não lhes é permitida a liberdade...De outra forma não seriam segredos...Se os meus medos tentarem intimidar-te...Não admitas!!!são os meus medos...e não os teus...As minhas inseguranças são terríveis...julgam-me, por crimes que eu não cometi...Preciso de um álibi....para lhes provar que eu sou forte, segura, determinada...Esse álibi és tu!!!Não te peço muito...Apenas que me escutes....Não te deixes abater pelo tom da minha vozNem te impressiones com o meu grito de afliçãoSe eu me lançar nos teus braços, desfeita...Acolhe-me...Segura a minha mão...não digas nada...Aconchega-me...no meu leitoE sai devagarinho...pé ante pé...para que eu não sinta os teus passos a afastarem-se...Vou dobrar-me sobre mim...vou colar todos os pedacinhos da minha almaPorque tu me ouviste...Não fugiste...deixaste em mim a cola para eu colar os cacos...A noite dar-me-á tempo, para me recompor...Verás que no dia seguinte...eu não serei mais a mesma...R.M.Cruz