Palavras escondidas, amedrontadas, esquecidas, violadas
Palavras sem nexo outras tremendamente conectadas
Palavras acorrentadas, loucas esvairadas, palavras que matam
Há umas que adoçam, outras que mimam
No interior de cada um, há um labirinto de palavras
Que procuram ansiosamente a saída, para a destruição
Para o protesto, para a resignação
Há palavras adormecidas, outras escondidas
Há palavras amortalhadas, emparedadas
Há palavras simplesmente esquecidas
E foram as palavras que me conduziram
Ao interior dos teus
olhos, pé ante pé quase a medo
Entrei a fundo no interior do teu jardim
Encontrei tesouros
escondidos, vi amores perdidos, amores inacabados
Amigos feridos e resgatados
Vi feridas abertas, cicatrizes marcadas, vi dores
encobertas, por falsas risadas
Vi crianças por nascer, um horizonte longínquo
Vi um louco a morrer, vi um velho faminto, vi alguém a
dizer, coisas que eu sinto
Vi chaves e portas, janelas com grades, vi anéis de piratas
Vi anjos e demónios, e sonhos guardados, vi esperanças
perdidas
Vi trincheiras vi
soldados….
Quando por fim, terminei a missão, vi que estava perto do
teu coração
E ao chegar abriu-se a portada, vi uma rosa azul, de
vermelho regada
Saí como entrei, pé ante pé, mas trouxe comigo o amor e a fé
R.M.Cruz
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