O tempo corre veloz, sem dar tempo de pensar
Sem dar tempo de te querer sem dar tempo de te amar
Vivo nas margens do tempo, o tempo é meu inimigo
Adiciona o tempo à saudade, e subtrai-o quando estás contigo
Não sei bem o que ele quer
Ontem era menina, e hoje já sou mulher
Vivo assim atarantada, meio perdida, meio encontrada
Nas margens do tempo me esqueci
Como posso pedir ao tempo, que me deixe esperar por ti
Não espera o desgraçado, não me quer dar sua mão
Vive correndo apressado, sem dar tempo ao coração
Ai tempo inimigo do tempo, de bem querer e amar
Não deixes um só momento, a razão de perdoar
Vives assim aflito, com medo de não chegar
Ao velho ao pobre e ao rico, deixa-los na berma a penar
Penas que são tão penosas, de momentos que são teus
São espinhos já foram rosas, são lágrimas dos olhos meus
Mãos tremulas de quem já foi, jovem bela e vistosa
A flor mais linda, do jardim, a mais bela rosa
O tempo passou a correr, na juventude perdida
De uma vida de lazer, passou a uma vida esquecida
As rugas rasgam-me o rosto, cada uma tem seu tempo
São de choro são de paixão, de saudade de lamento
Ai tempo que me roubas a vida, á socapa na noite escura
Roubas-me o sol da manhã, em momentos de ternura
Roubas-me o riso constante dos filhos, ora meninos
Dos passeios pelos campos, do cantar dos passarinhos
Perdida no tempo, procuro por ti
Ia jurar que estavas aqui
As mãos já tremulas, tateiam o tempo
À espera que a vida lhe apague o lamento
Passo a passo, caminho inserto
O que estava longe, está agora tão perto
A vida grita-me, eu bem te disse
Que o tempo depressa te leva à velhice
Olho para trás, e o que vejo eu...
Já não sou capaz, de saber o que é meu
O tempo levou-me a vida e o amor
Levou-me o sonho, e deixou-me a dor
Perdida e esquecida, já não sei quem sou
Sou fragmento de vida que o tempo apagou
R.M.Cruz
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